O ímpeto racista, da discriminação pela cor da pele, reaviva-se a cada atitude de uma minoria frenética de defensores da chamada supremacia branca, que exibe seu orgulho pelo ódio, não só por palavras, mas por gestos e ações. Apesar de pertencermos a única raça, a humana, o termo racismo virou sinônimo da desiguladade, quando grupos de pessoas agem contra seus semelhantes, pela diferença étnica. Seja ela cor da pele, cultural, social, religiosa ou política.
No último domingo, mais um triste episódio dessa degradante natureza foi registrado num jogo de futebol, entre as seleções da Escócia e Brasil, na cidade de Londres, quando um grupo de torcedores escoceses atirou uma casca de banana em direção ao jogador brasileiro Neymar. Ainda na semana passada, outro jogador brasileiro, Roberto Carlos, do Anzhi, também foi vítima de tal constrangimento, por parte da torcida do Zenit São Petesburgo (pelo campeonato russo), cujo lema é “não há preto nas cores do Zenit” - suas cores oficiais são azul e branco - incentivada até pela própria diretoria do time, que não contrata jogadores negros.
Apesar de causar indignação, toda semana há um caso parecido, envolvendo torcedores de clubes europeus, contra atletas cuja tonalidade da pele não é branca. E a banana virou símbolo dessa discriminação, porque compara o negro ao macaco, que é como são chamados os jogadores brasileiros ou africanos, que não tenham olhos e pele claros e cabelos loiros. Tão ou mais odiosa ainda é a falta de atitude dos dirigentes - inclusive das federações e da própria Fifa - para punir esse crime de ódio.
Não adianta julgar tais atitudes, entretanto, se não voltarmos os olhos também para a situação interna do País. Na defesa dos brasileiros que estão lá fora, não podemos nos esquecer das vítimas do preconceito aqui dentro. Matéria publicada no último domingo, por esta Gazeta, mostra o tamanho dessa triste equação: sete casos registrados em 2010 pelo Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro (Comicin), por tratamento racista, ofensas, racismo no trabalho, acusação de roubo, perseguição e constrangimento. Situações efetivamente denunciadas e sob investigação. Sem contar aquelas em que não há denúncia formal por preconceito do próprio ofendido ou qualquer outro motivo, cuja média chega a 20 por mês. Enfim, é muita coisa se levarmos em conta que estamos numa sociedade supostamente igualitária. Muitos casos, em que há registro de boletim de ocorrência, a própria polícia deixa de investigar, segundo o Comicin, dando um exemplo claro de como isso é tratado pelas autoridades brasileiras. E que a omissão é o maior incentivo a tal prática, que degrada a condição de ser humano, independentemente de sermos brancos, pretos, amarelos ou vermelhos. Se somos cristãos ou muçulmanos. Ou professamos qualquer outra fé. O fato é que pertencemos, verdadeiramente, a uma única raça!
http://www.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=47147
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