quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Kinjinga Kiari (Kinjinga dois): Substantivos



Kinjinga: Língua do Movimento Ginga de Limeira

Outros nomes para esta língua: Njinga, Kindongo e Kimbundu
 Continuação do texto puiblicado na data de 15/09/2014, conforme link abaixo:


Substantivos

Classe I


Entes racionais – pessoas

Uso de prefixos para substantivos da classe I:
MU para singular e A para plural.

Orações com substantivos da classe I:

Tala mutu: Olhe pessoa.
Ixana o ahatu: Chame as mulheres.
Bekenu o mubanze: Tragam o meditador.
Sotenu o muturi: Procurem a viúva.
Tuma o muleke: Envie o garoto.
Futenu o alambi: Paguem os cozinheiros.
Talenu atu: Olhem pessoas.
Ixana mulambi: Chame cozinheiro.
Beka o abange: Traga os lutadores.
Ixamenu o aturi: Chamem as viúvas.
Sota o mulunduri: Procure o herdeiro.
Futenu o muhatu: Paguem a mulher.
Tala o asumbi: Olhe os compradores.
Sotenu o mulungi: Procurem o orientador.
Tuma o mubange: Envie o lutador.
Futa o asoneki: Pague os escriturários.
Bekenu o aleke: Tragam os garotos.

Classe II

Nomes de entes inanimados (coisas)

Singular: MU; Plural: MI.
Exceção: Mundele, branco; Plural: mindele.

Orações com substantivos da classe II:

Batulenu o mienge: Cortem as canas.
Bana o mukolo: Dê o coqueiro.
Tangenu o mikanda: Leiam as cartas.
Katula o minia: Tire os espinhos.
Bukulenu o mixi: Partam os paus.
Bandenu mulundu: Subam montanha.
Soneka mukanda: Escreva carta.
Bukula o mienge ni muxi: Parta as canas e o pau.
Katulenu o minia ni mukolo: Tirem os espinhos e o coqueiro.
Mulambi, beka mixi: Cozinheiro, traga paus.
Mukongo, banda mulundu ni batula muxi: Caçador, suba montanha e corte pau.
Akongo, sotenu mikoko: Caçadores, procurem coqueiros.
Ahatu, sukulenu o mitue ni milembu: Mulheres, lavem as cabeças e os dedos.
Katulenu o mukolo: Tirem o coqueiro.


Classe III
Singular: KI – Plural: I

Antigamente esta era a classe dos objetos inanimados. Hoje, porém, inclui pessoas e animais.

Zangula o inama: Levante as pernas.
Ambatenu o imbamba: Levem as cargas.
Talelenu o kimbungu: Prestem atenção no lobo.
Texi o iala: Livre-se das unhas.
Bakenu o inda: Guardem os cestos.
Kutenu o imbamba ni mikolo: Amarrem as cargas com cordas.
Sumba iba anga ialu: Compre peles ou cadeiras.
Ambatenu o ima: Levem as coisas.
Talela o imbunbu; Preste atenção nos lobos.
Katula o kinama: Tire a perna.
Sumbisenu anga uxenu o ima: Vendam ou doem as coisas.
Sukula o mutue anga o milembu anga o inama: Lave a cabeça ou os dedos ou as pernas.
Batulenu o iala: Cortem as unhas.
Bana o iba anga o ialu: Dê as peles ou as cadeiras.

Classe IV

Singular: RI (ou DI) - Plural: MA

Jikulenu o mabitu: Fechem as portas.
Bunjika o malesu: Dobre os lenços.
Eie u mulambi: Tu és cozinheiro.
Eme ngi riala, muene muhatu: Eu sou homem, ela é mulher.
Kuatenu o mabengu: Peguem os ratos.
Beka o mahonjo: Traga a banana.
Takulenu matari ni mixi: Lancem pedras e paus.
Jika o ribitu: Feche a porta.
Nanenu o matui: Puxem as orelhas.
Sukulenu malonga: Lavem pratos.
Sumbenu maiaki anga mahonjo: Comprem ovos ou bananas.
Kuata anga jiba o kimbungu: Pegue ou mate o lobo.
Baka o malesu ni malonga: Guarde os lenços e os pratos.
Muene ribengu, em ngi kimbungu: Ele é rato, eu sou lobo.


Referência:



ASSIS JUNIOR, Antonio de. Dicionário kimbundu-português. Luanda (Angola, Edição de Argente, Santos e Cia Ltda. s/d.

CHATELAIN, Heli. Kimbundu Grammar. Grammatica elementar do kimbundu ou língua de Angola. Genebra: Typ. de Charles Schuchardt, 1888-89.


Contato:

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ieglimeira@gmail.com





sábado, 10 de outubro de 2015

Governo vai estimular inclusão da população negra no mercado de trabalho


Cidadania e Justiça

Governo vai estimular inclusão da população negra no mercado de trabalho

 

Ações afirmativas para mulheres negras também devem ser asseguradas, assim como promoção de ações para elevar escolaridade e qualificação profissional

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) determinou, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (1º), que as políticas, programas e projetos desenvolvidos pela pasta contemplem ações de estímulo à inclusão da população negra no mercado de trabalho. As medidas estão previstas no Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010).

A legislação é de 2010 e estabelece, entre outros atos, que o poder público estimule, por meio de incentivos, a adoção das mesmas ações pelo setor privado. Ações afirmativas para mulheres negras também devem ser asseguradas, assim como a promoção de ações para elevar a escolaridade e a qualificação profissional em setores da economia que possuem alto índice de ocupação por trabalhadores negros de baixa escolarização.

Cabe ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) formular as políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orientar a destinação de recursos para seu financiamento.

Segundo o Ministério do Trabalho, a iniciativa faz parte do esforço para garantir à população negra a efetiva igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)

O Fundo de Amparo ao Trabalhador é um fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.

A principal fonte de recursos do FAT é composta pelas contribuições para o Programa de Integração Social - PIS, criado por meio da Lei Complementar n° 07, de 07 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), instituído pela Lei Complementar nº 08, de 03 de dezembro de 1970.

Fonte:

Agência Brasil com informações do BNDES

http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/06/governo-vai-estimular-inclusao-da-populacao-negra-no-mercado-de-trabalho

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O negro no mercado de trabalho - Maurício Pestana



O negro no mercado de trabalho

Publicado há 2 dias - em 7 de outubro de 2015 » Atualizado às 9:46
Categoria » Em Pauta

Há quase 30 anos, mais exatamente em 1986, eu lançava a minha primeira publicação com foco na questão racial, em parceria com o historiador Clóvis Moura. A cartilha ‘O negro no mercado de trabalho’ foi um marco para a época, pois era a primeira publicação pós ditadura que ousava questionar a discriminação que a população negra vivenciava cotidianamente no mercado de trabalho em nosso país.

Por Maurício Pestana Enviado para o Portal Geledes

O livreto entraria para história por ter sido publicado por um órgão governamental, o Conselho da Comunidade Negra de São Paulo. Era a primeira vez que um governo brasileiro admitia o problema. Das lembranças que trago daqueles tempos de forte crise política e econômica, com greves, demissões em massa e alta de inflação, está uma pesquisa que apontava que, no cenário de crise no Brasil, os primeiros a serem demitidos eram os negros e, quando a economia voltava a crescer, os últimos a serem incorporados.
Nesses 29 anos, muitas coisas mudaram na vida dos negros brasileiros. Pesquisas apontam que terminamos o século 20 ocupando apenas 2% dos bancos das universidades, mas hoje ocupamos mais de 20%. Naquela época, menos de meia dúzia de empresas tinham programas de ação afirmativa e, hoje, dezenas delas investem em políticas de inclusão e diversidade.
A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, por meio de seu programa de cotas, já empregou mais de mil servidores negros, mostrando que os avanços obtidos principalmente nos últimos governos de esquerda com foco no social impactaram – e muito – a vida dos negros no Brasil. Graças a programas como o Prouni (Universidade para Todos), implantado em 2005 pelo governo federal, e à reserva de cotas raciais nas universidades federais, entraram mais negros no ensino superior neste início de século do que em toda a história da educação no país.
A grande pergunta que me faço é: que impacto terá a atual crise econômica nesta parcela que mais cresceu em educação e economicamente nesta década e meia de século? Será que um melhor preparo educacional será capaz de barrar o racismo no mercado de trabalho brasileiro em tempos de crise?