domingo, 4 de novembro de 2018

Acotirene: matriarca do quilombo dos Palmares


Expomos abaixo uma compilação de alguns textos sobre Acotirene, expressiva personagem da contra-história afro-brasileira, provavelmente do final do século XVI e começo do século XVII, no nordeste (Alagoas e Pernambuco).


Acotirene: Substantivo feminino. Origem linguística provável: idioma quimbundo, falado em Angola (África) pelo povo ambundu. Etimologia: akota, rikota ou kota, maior, superior) e ionene, de grande altura, volumoso, grande. Outra versão, segundo Lopes (2012)*: Coxe Nene (nkosi = leão; nene = grande). Idioma kikongo. Matriarca do Quilombo de Palmares (Século XVII), nos Estados de Alagoas e Pernambuco, no Brasil. Nome de um dos mocambos do Quilombo de Palmares.

http://profjosebenedito.blogspot.com/2015/07/dicionario-historico-e-cultural.html

Acotirene ou Arotirene (registrado em diversos documentos) deu nome a um importante mocambo situado no Quilombo dos Palmares, instalado no litoral dos Estados de Pernambuco e Alagoas, em homenagem a uma das primeiras mulheres que habitou o Quilombo dos Palmares e que exerceu grande influência na vida dos negros quilombolas. Como houve poucos registros documentais, segundo a oralidade perpassada de pais para filhos que contavam a história do Quilombo que resistiu por quase um século, ela foi uma das primeiras mulheres a habitar os povoados quilombolas da Serra da Barriga (AL), antes de Ganga-Zumba assumir o poder. Matriarca do Quilombo do Palmares, exercia a função de mãe e conselheiras dos/as primeiros/as negros/as refugiados na Cerca Real do Macacos. Era consultada para todos os assuntos, desde questões familiares até questões político-militares. Salve essa guerreira, matriarca, líder palmarina!

Fonte: 
ROSA E SILVA, E. Q.; BOMFIM, E. A. (Org). Dicionário Mulheres de Alagoas ontem e hoje. Maceió: Edufal, 2007.


Uma das primeiras mulheres a habitar os povoados quilombolas da Serra da Barriga em Alagoas. Matriarca do Quilombo do Palmares, exercia a função de mãe e conselheiras dos/as primeiros/as negros/as refugiados na Cerca Real do Macacos. Era consultada para todos os assuntos, desde questões familiares até questões político-militares.


Era considerada matriarca no Quilombo dos Palmares e conselheira dos primeiros negros refugiados na Cerca Real dos Macacos. Um dos mocambos (casa) foi batizado com o seu nome. 


*LOPES, Nei.Novo diciona´rio banto do Brasil. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.

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